Apesar de ser o documento mais importante do segmento, o Anuário da Cerveja, que é publicado anualmente pelo MAPA desde 2018, não reflete com precisão a realidade do setor.
O documento sempre traz informações novas e relevantes, mas apresenta um retrato estéril do mercado cervejeiro, apenas com números positivos, que sempre mostram crescimento.
Quem não conhece o mercado cervejeiro brasileiro e lê o documento acaba tendo uma percepção completamente equivocada. O cenário muito otimista e positivo retratado no Anuário está distante da realidade do mercado, que nos últimos anos tem sido marcado por dificuldades enormes e muitos fechamentos.
É impossível saber quantas cervejarias fecharam, já que não há nenhum dado a respeito disso. Igualmente, ainda não temos uma estimativa precisa do número de cervejarias ciganas no Brasil. Bastaria um campo a ser preenchido na declaração de produção anual, no qual as cervejarias responderiam para quantos CNPJs de terceiros produziram no ano.
O Anuário precisa mudar, sob pena de perder a sua relevância. O documento precisa contemplar informações diferentes, que mostrem também as agruras do segmento, e não apenas dados positivos que reforçam uma pujança que parece não existir mais no mundo real.
André Lopes, sócio do escritório Lopes, Verdi & Távora Advogados e criador do Advogado Cervejeiro.
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